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Perante umas merecidas férias, sento-me no confortável sofá no meio da sala. Perco-me nas letras e em pensamentos. Historias correm pelo fumo do tabaco que paira no ar, misturado com a essencia de sandalo.
Eu sou o anjo do desespero.
Das minhas mãos distribuo a embriaguês,
a estupefacção,
o esquecimento, gozo e tormento dos corpos.
Meu discurso é o silêncio, meu canto o grito.
À sombra das minhas asas mora o terror.
Minha esperança é o último suspiro.
Minha esperança é a primeira batalha.
Eu sou a faca com que o morto arromba o seu caixão.
Eu sou aquele que será.
Meu descolar é a sublevação,
meu céu o abismo de amanhã.
[Heiner Müller]
4 comentários:
Espero que então que lhe dês voz (ao sofá)!!e que deixes os dedos escorregarem nas teclas dando a eternidade aos pensamnetos, assim como o fumo que envolve o ambiente!
beijo
Caro Moon_T,
Achei a ideia genial! Adorei as escolhas do gosto pessoal diferido no sofá.
Para além de quê te adoro ler nas tuas intermináveis dissertações sobre sexo, acho que realmente consegues segurar na ponta dos dedos a essência da paixão carnal.
Tanto o sofá da avó, como o art-deco me fascinaram!
Adorei com um sorriso maroto!
Escusado será dizer, do meu altruísta ponto de vista, que espero que tenhas mais histórias dessas para contar, independentemente da divisão da casa, ou do objecto ou seja lá do que for…
;)
Beijo grande,
Inesperadamente... gostei!
Beijos.
o meu sofa sabe os meus segredos todos
Jokas
Paula
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