terça-feira, 21 de outubro de 2008

Obrigado Fado





Deslizaram os sons naquela noite.

Um fado perdido por entre os abraços reencontrados e o brilho dos sorrisos embebidos inundou a sala.

Os turistas absortos ao que se passava mesmo ao lado, perdidos num conto de reticências, refugiaram-se na fértil ignorância das suas próprias gargalhadas. Inevitavelmente desapareceram.

Soltaram-se palavras do peito e os copos secaram as lágrimas que todos, sem excepção, tinham a derramar.

Naquela mesa rasteira formou-se um eixo onde se cruzaram todas as linhas desencontradas. Por momentos, aqueceu-se o presente.

Afirmou-se a vida como ela é... a nossa estranha forma de vida.

Reavivaram-se as decrépitas discussões que nunca terão fim. Renasceram outras por entre os dedos levantados e alternâncias de voz.

Perderam-se as horas nos cubos de gelo e copos curtos sem feitio.

Relembraram-se as vozes que cantaram e as musicas que perderam as letras.

Num brinde perdido na distância das vozes ofereci o meu nome e numa estranha forma de viver, através de um fino vidro, vozes sumidas e longínquas sussurraram: “ amigo...”

Calou-se o piano e pelas ruas amanhecidas perdemo-nos na vereda…
…Foi na antagonia daquele fado que se encontrou o caminho até um sítio que já posso chamar “Casa”.


Agradeço ao Fado por esta noite.














By Moon_T







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