domingo, 31 de janeiro de 2010

Choro Amo-te




A meia-luz enleia os copos suados
Paira o fumo no perfume
E com estes olhos que te anseio, molhados…
E com estes lábios que te desejo, perenes,
Choro amo-te.


De corpo cheio de nada
Na paisagem vazia
No escuro de um sentido proibido…
Perdido,
Choro amo-te


Na meia-luz que esconde o copo,
Meio vazio e cheio de nada…
No fumo e no perfume,
Choro amo-te…


E quando tudo parece tranquilo
E quando o tempo foge pelos dedos…
Quando o fica o corpo dormente... por ti,
Choro amo-te.

Choro amo-te,
Dormente,
Demente,
Sozinho…
E longe de mim.




Moon_T

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Sabes-me bem




Sabes-me bem
O teu sabor agridoce ecoa-me na garganta
Até quando o toque é frio me queima.
Aqueces-me.
Aceleras-me.

Imagino, penso, sonho…
Passo pela linha intermitente à deriva no alcatrão,
Subo pelo mundo
E beijo-te.



Moon_T

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Uma carta que não foi escrita





Recordo os sorrisos dessas gentes que enchiam a sala. Relembro as conversas que passavam a tertúlias finando-se em monólogos de lágrimas e abraços. Filosofias pessoais e intransmissíveis que eram, no entanto, partilhadas e vividas e sentidas como se fossem próprias, como se fossem reais. Os mantos de estrelas e as lágrimas camufladas de sorrisos. A partilha. A amizade através das fronteiras e da diferença. A indiferença para com os outros porque se sabia… porque se sentia.
As manhãs de morte. As manhãs mortas. E, sem dúvida, as manhãs de morrer. O brinde dos finados. Os dias e as noites. A descoberta das palavras. A escrita. A escrita que não lês. Tudo. Tudo muda, mas continua a existir mesmo na ausência.

...e ficam as palavras que não se lêem.
Moon_T

Also...

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