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Ofuscam-me as ideias, as paisagens que se impõem neste roteiro inédito diante mim.
Conspurcam-me a alma com as canções funéreas que me sussurram os indigentes pelo caminho.
Puxam os céus enegrecendo o dia que por si só já lúgubre, tornando-o simples e cada vez mais
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Tentativas fúteis de mentes inanes que tentam lograr na demência momentânea que se revela.
Invejam a forma como te vejo… como a vista te alcança mesmo por entre névoa decadente de todos estes agoiros.
Imaculada imagem a que esconde tanto pecado.
Escultura de uma deidade tal que tão fria é a mármore em que se reveste que gela a chama em que te envolvo, no entanto, esconde o calor do mais profundo dos infernos no seu interior.
Pego num trapo e limpo, puxo lustro e tento dar brilho.
Vejo a minha imagem reflectida … embora disforme, no sítio onde ela pertence: a seu peito.
Aprendo a tratar esta imagem tão única, na certeza de não a partir ou gastar.
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Sinto a pedra nas minhas mãos, sabendo o calor que reside por debaixo do mármore.
Contemplo a Arte. Aprendo a vive-la... Vivo-a.
A mestria de um nómada nunca será, de inicio, a mesma que a de um escultor, no entanto, a vontade pode fazer com que aprenda melhor que ninguém.
A alma está talhada.
A beleza está na obra, bem como na alma, permitam que se contemplem, sem corroer.
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By Moon_T
8 comentários:
Hummmm....
Esta deu que pensar...
Realmente o ditado é velho e sobejamente conhecido, "Quem te avisa teu amigo é..."
Mas convém ao amigo saber de todos os detalhes para um bom conselho.
Será q os sabe?
"Sinto a pedra nas minhas mãos, sabendo o calor que reside por debaixo do mármore."
Fizeste lembrar um quebra cabeças muito antigo do qual não me lembro o nome... o quebra cabeças consiste em conseguires abrir uma caixa com X movimentos das suas peças.
Um movimento errado e não consegues abrir a caixa e fazes movimentos desnecessários, tens de voltar ao inicio.
As pedras esculpem-se, afagam-se, formam-se, partem-se,aquecem e esfriam sem perder a forma, tornam-se a esculpir, podes dar a forma á pedra que quiseres, nunca sem muito e árduo trabalho.
O barro é muito mais maleável.
A beleza e a arte está no trabalho de construir a peça final sem estragar o material ou a matéria prima.
Parabens pelo blog, tanto pela qualidade das fotos como dos textos! ;)
É sempre um prazer passar pela coerência do teu blog.
Bjs
Sem a erosão das mãos e olhos, de tempestades, sempre de delicado maneio...nunca se quebrará porque nunca a vais deixar cair!
beijo
Bom lembrar as mãos de onde sai a bela obra...
Beijito
pecado imaculado ainda virgem de beleza não corroída...
será?
isso não existe é uma utopia.
Contemplava(-te) este teu texto com um GRITO!Num instante mágico...
... e volto.
Beijo. Meu.
Caríssimo
O comentário, após esta primeira leitura, terá de se cingir à forma. E quem sou eu para dizer o óbvio, ou seja, que está magnificamente escrito...
Como já conversámos uma vez, eu preciso de ler e reler os textos e continuar a leitura até pode falar do conteúdo. Porque preciso de tempo para me tentar sintonizar contigo. Sem descobrir um fio condutor, a existir, sem tentar perceber um padrão mínimo nos teus esquemas mentais - e isso só ao fim de muitos textos e de algum tempo - nada mais posso dizer que aqui se come de faca e garfo. Com bom vinho sobre a mesa. Faça-se o silêncio necessário para apreciarmos as iguarias que nos serves.
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