sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Cronica de Pecado - Inveja


Espreita a Lua Cheia sobre as águas negras da praia inundado a areia de um brilhante prateado.


O reflexo do luar pinta-te a face de uma luz hipnotizante.


O cabelo molhado cai-te sobre o lado direito de uma forma tão subtil quanto as minhas mãos submersas te atraem as ancas.


Invejo a agua que te envolve e as gotas que te percorrem o corpo nu. Invejo a luz que se reflecte mais nos teus olhos negros de noite que no próprio oceano de prata.


A minha pele morena arrefece ansiando apenas o teu abraço.


Ouve-se a agua a sussurrar de desejo… matéria frágil a que nos separa.


A sedução que brota dos teus lábios ao serem passados pela língua que sorve as gotas que não quiseram cair.


Esse teu olhar tão frágil e sedutor impele-me a aproximar-me mais e mais de ti.


Suavemente os teus mamilos erectos roçam no meu peito provocando um arrepio que me sobe pela espinha.


Sobem-me as mãos pelas costas enquanto se atraem as ancas até se encaixarem como se pertencessem. Misturam-se os braços com a agua numa guerra de temperaturas e blandicias.

Mato a minha sede à medida que a minha língua te sobe pelo pescoço ate se enrolar bem na tua orelha.


Cai-te a franja pelos olhos enquanto se solta um suspiro.


Desbota a minha tez morena sobre a pintura de prata que te reflecte nos ombros delicados. Enrolam-se os braços de baixo para cima e com os dedos nos ombros puxo-te contra mim afastando o resto da agua que nos separava.


No meio da fresca sensação molhada do oceano sentes a temperatura elevada de nossos corpos a aumentar.


Usando o que parece ser falta de gravidade, enrolam-se as tuas pernas em mim como que numa dança em câmara lenta. Sentes-me e apertas-me enquanto todo o corpo se roça um no outro impedindo as ondas de se meterem entre nós.


Mais que a própria maré, fazemos nós uma ondulação cada vez mais rápida tornando cada vez mais alto som da agora trémula agua, misturando a sonoridade dos salpicos e movimentos aquáticos com os gemidos e inspirações bruscas que se soltam.


Cria-se uma tempestade… um maremoto de prazer.


Acabando a tempestade acenta a bonança e calmamente, tão devagar como o bater do coração, o mar acalma. Regressam os sussurros da espuma a dançar sobre a areia.


Soltam-se os corpos ainda quentes e trémulos entre um olhar salgado de paixão.


Retorna agora uma sensação ainda mais fria quando a agua envolve de novo os corpos. Uma sensação gelada que só faz com que volte a vontade de nos envolvermos novamente num longo e apaixonado quente abraço.


Mesmo sentindo o teu corpo em mim, em todo eu, retendo o teu cheiro em mim, invejo o luar que te ilumina as formas lindas do teu ser. Invejo cada gotícula que te escorre no corpo que à luz da Lua me olham trocistas… invejo-as.


Invejo a luz que te reflecte, a agua que te envolve, o sal que tens no corpo que não sou eu. A areia que se cola em ti. Invejo tudo.


Quero o teu Luar.

Invejo...

Quero-te.





By Moon_T

3 comentários:

(Un)Hapiness disse...

linda decrição...quase quase que me envolvi nesse momento :)

kiss

Bia disse...

Soberbo!
A tua escrita envolveu-me e eu sem resistir, deixei-me levar até a última palavra...

miminhos... atrevidos!

Anônimo disse...

...

Also...

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