segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Anjo no Reveillon





...“É anjo? Recorda a brisa quente que outrora se elevou ao por do sol. Recorda o suave sopro que te roçou na orelha um dia.

Recorda a queda do anjo no teu próprio abismo colossal. Rende-te ao vernáculo que vive em ti e verás, sem dúvida, o nascimento desse anjo sem asas.”...















Nasce um anjo sem asas numa noite lúgubre onde o silêncio é rasgado apenas pelos estalidos da madeira consumidos pelas chamas da fogueira que nos aquece.


Ouvem-se ao longe os gemidos etéreos de um ser que decidiu nascer hoje, novamente.




Arrasta-se pelo caminho que decidiu percorrer.


O rasto de sangue que fica para trás de nada significa senão a metamorfose do Passado para o Hoje.





Dias quentes e noites frias passaram pelo corpo, conspurcando uma alma que se mantém pura.





Do outro lado, como que num mundo paralelo, um outro ser, mundano, podre e cúmplice dos dias que passaram, caminha sem bússola pela noite dentro.


Com roupas rasgadas e punhos cerrados, apenas com os bolsos cheios de nada.





Ambos passaram frio, ambos atravessaram os becos que apenas albergam aqueles errantes que negam baixar os braços, indigentes perdidos nos vícios das ruas de uma terra sem nome.


No cruzamento de caminhos, em que se mistura o Norte com o Sul, encontra-se o olhar de dois pecados. Enrola-se o etéreo com o terreno e nasce um novo ano.



Desvenda-se um Reveillon que parece durar.


Fundem-se as línguas e os cheiros. Nascem novos sons … uma nova Era.


As estrelas espreitam e iluminam agora a noite.


Criam-se cheiros e vendas e sorrisos. Novos pecados no horizonte.


Tocam os sinos, mais uma meia-noite… e ainda se festeja o mesmo Reveillon.


Perde-se o etéreo e o mundano e cria-se algo… belo.








By Moon_T


5 comentários:

Vitória disse...

Uma nova vida.;)

Beijoooo

Anônimo disse...

Eu já andei tantas vezes "apenas com os bolsos cheios de nada".
E já vi nascer e morrer um "anjo".
E decidi que os anjos, a existirem, não povoam o meu universo.
E não haverá reveillon que me faça queimar na fogueira esse pensamento...infelizmente...

Pearl disse...

Algo belo criaste tu e não tens asas e não és anjo...muito bom!


Beijinho

Misantrofiado disse...

...mas asas tens e as lembras, mesmo que não saibas muito bem o que fazer com elas.

(eu sei porque os anjos choram)


Eu vi com os teus olhos, quando me tocaste com o suspirante vocábulo.



Tudo escurece quando a luz se afasta.

Antunes Ferreira disse...

LISBOA - PORTUGAL

Olá!

Bela - com asas ou sem. Escolha bué da fixe. Parabéns!

Cheguei a este blogue através de outros que costumo visitar e neles postar comentários. Cheguei, vi e… gostei. Está bem feito, está comunicativo, está agradável, está bonito – e está bem escrito. Esta é uma deformação profissional de um jornalista e dizem que escritor a caminho dos 67…, mas que continua bem-disposto, alegre, piadista, gozão, e – vivo.

Só uma anotaçãozinha: Durante 16 anos trabalhei no Diário de Notícias, o mais importante de Portugal, onde cheguei a Chefe da Redacção – sem motivo justificativo… pelo menos que eu desse com isso… E acabo de publicar – vejam lá para o que me deu a «provecta» idade… - o me(a)u primeiro livro de ficção «Morte na Picada», contos da guerra colonial em Angola (1966/68) em que, bem contra vontade, infelizmente participei como oficial miliciano.

Muito prazer me darás se quiseres visitar o meu blogue e nele deixar comentários. E enviar-me colaboração. Basta um imeile / imilio (criações minhas e preciosas…) e já está. E se o quiseres divulgar a Amiga(o)s, ainda melhor. Tanto o blogue, como o imeile, tá? Muito obrigado

www.travessadoferreira.blogspot.com
ferreihenrique@gmail.com

Estou a implementar e desenvolver o projecto que tenho para o meu www.travessadoferreira.blogspot.com e que é conferir ao meu/vosso/NOSSO blogue a característica de PONTO DE ENCONTRO entre os Países fraternalmente ligados – Portugal e Brasil. E outros PALOP e etc…
Se me enviares o teu IMEILE, poderei enviar-te «coisas» que ache interessantes. Se, porém, não as quiseres, diz-me que eu paro logo. Sou muito bem-mandado (a minha mulher que o diga…) e muito obediente (cf. parênteses anterior). Abrações e queijinhos, convenientemente repartidos e distribuídos

– Desculpa por este comentário ser tão comprido e chato. Como a espada do D. Afonso Henriques…
- Já conheces o me(a)u «Morte na Picada» que acima menciono? Há quem diga que é muito bom. E até que é o melhor que se escreveu em Portugal sobre o tema. Dizem… Obviamente que não sou eu a dizê-lo… Só faltava… E também há quem tenha escrito que é SANGUE & SEXO… Malandrecos… Pelo sim, pelo não, compra-o.
Depois de o leres, se, por singular acaso, tiveres gostado dele, terás de comprar muitíssimos mais exemplares. São excelentes prendas de aniversários, casamentos, divórcios, baptizados, e datas como Natais, Carnavais, Anos Novos, Páscoas, Pentecostes, vinte e cincos de Abris, cincos de Outubro, dezes de Junhos. Até para funerais. Oferecer o «Morte» na morte fica bem em qualquer velório que se preze. E, além disso, recomenda-o, publicita-o, propagandeia-o, impinge-o aos Amigos, conhecidos, desconhecidos & outros, SARL. Os euros estão tão raros e... caros...
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A editora da obra é a Via Occidentalis (occidentalis@netcabo.pt) cujo site é www.via-occidentalis.blogs.sapo.pt. Neste blogue podem ser consultados mais dados sobre o livro, cujo preço de capa é € 14,70. ATENÇÃO: Pode ser comprado pela Internet.
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NOTA IMPORTANTE: Este texto de apreciação e informação é similar em todos os casos em que o utilizo. Digo isto, para quem não surjam dúvidas ou suspeitas sobre a repetição em diferentes blogues. E para que ninguém se sinta ludibriado – ou ofendido… Há feitios que… Mas, sublinho, apenas o uso quando o entendo, isto é, quando gosto mesmo dos que visito. Nos outros onde também vou, se não gosto, saio sem comentários. Há muitos mais. Aqui na terrinha diz-se que «se não gostas, põe na beirinha do prato…»

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