segunda-feira, 30 de junho de 2008

Decessa







Bela, sedutora e de camisa aberta,

Em convite pornográfico e fatal,

Sento-me na poltrona e aguardo a tua chegada

Tão inevitável como certa.

Nua, terna e desejada.

Não te procuro, virás tu até mim

Encontrarás teu rumo como aves rapina acham o norte

Atraído pela minha forma de pecado

Entregar-te-ás a minha sorte.

Entregar-te-ás ao toque de minha pele

Só em mim, comigo encontrarás paz.

Provar-me-às e não mais quererás outro sabor em tua boca.

Terás meus lábios nos teus para respirar,

Meus dedos percorrerão tua face como o vento nas cearas,

Meu bafo será a tua melodia

Ópio de tua existência.

Colho o fruto da tua vida

Vindimo-te os sonhos e carrego os cestos vazios

Roubo-te o último suspiro na tua hora tardia.

Vem…

Sentes-me o cheiro no ar à medida que te aproximas.

Cheiras o medo inútil que te navega na pele e não te demove.

Ao simples vislumbre da minha pele entregar-te-ás sem recusa

Virás comigo de mão dada

Aceitar-me-ás como aceitas a loucura de sofrer.

Podeis chorar, mas não me negarás.

Por mim, tudo deixarás.

Perder-te-às no mar de meu olhar

Seduzido pela minha imagem,

Abraçar-me-ás como amante perdido de paixão

Pousarás tua cabeça em meu regaço,

Meu pranto cobrir-te-á como um segredo.

E adormecerás ao som da melodia que te canto.

Quando chegares, aceitar-me-ás sem recusa.

E entregar-te-ás a mim.

Serei tua sombra veraneia,

Meu olhar consumir-te-á a alma

E serei a tua cadência

Tua decadência,

O teu fim.

Meu nome é Decessa.







By Moon_T





7 comentários:

Fire and Ice disse...

Olá!

Muito bom este texto.
Parabéns!

Vitória disse...

Muito bom mesmo..é assim..digamos..excitante.;)

Op.Louca disse...

Decessa...

(...aquela que se [evola] nos pensamentos da minha solidão no ébrio dos sentidos infigurados daquela dor sofrida na embriaguez do Amor não declarado!! Seco, mas envolvente na conquista da alma que suspira por ti...e que se deixa morrer lentamente no eco silenciado da tua malvadez...Decessa...do "libido" que cai gota a gota nas madrugadas que passo sem ti...Por ti Gritarei...Vem buscar-me, e transforma-me na priviligeada dessa passagem para outro " Mundo"! )

Muito bem desenvolvido este teu post numa mistura de " erotismo amoroso da morte" ), digamos mesmo:Exclente.

:)

Susana Júlio disse...

Amor e morte...Mors e Amor...lembrou-me um poema antigo e velhinho de Quental:


.
Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,
.
Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?
.
Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,
.
Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a Morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"

Conheces?!

Contudo, o erotismo que despe o corpo e até a alma convida o mergulho no obscuro dessa que nos convida e desse que nos impulsiona...é profundamente cativante este teu poema...e esta música que aqui deixas.

Susana Júlio disse...

Diary of Dreams? Que álbum se for? Se é que me permites a pergunta!!!

Carla disse...

...uma viagem pelo erotismo dos sentidos...pedri-me pelas ruelas dos sentimentos!
gostei imenso
beijos

Helena disse...

Vim no rasto do cognac....
E depois fico agradávelmente surpreendida.
Este texto está excelente e excitante.
Parabéns!
Beijos

Also...

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