Bela, sedutora e de camisa aberta,
Em convite pornográfico e fatal,
Sento-me na poltrona e aguardo a tua chegada
Tão inevitável como certa.
Nua, terna e desejada.
Não te procuro, virás tu até mim
Encontrarás teu rumo como aves rapina acham o norte
Atraído pela minha forma de pecado
Entregar-te-ás a minha sorte.
Entregar-te-ás ao toque de minha pele
Só em mim, comigo encontrarás paz.
Provar-me-às e não mais quererás outro sabor em tua boca.
Terás meus lábios nos teus para respirar,
Meus dedos percorrerão tua face como o vento nas cearas,
Meu bafo será a tua melodia
Ópio de tua existência.
Colho o fruto da tua vida
Vindimo-te os sonhos e carrego os cestos vazios
Roubo-te o último suspiro na tua hora tardia.
Vem…
Sentes-me o cheiro no ar à medida que te aproximas.
Cheiras o medo inútil que te navega na pele e não te demove.
Ao simples vislumbre da minha pele entregar-te-ás sem recusa
Virás comigo de mão dada
Aceitar-me-ás como aceitas a loucura de sofrer.
Podeis chorar, mas não me negarás.
Por mim, tudo deixarás.
Perder-te-às no mar de meu olhar
Seduzido pela minha imagem,
Abraçar-me-ás como amante perdido de paixão
Pousarás tua cabeça em meu regaço,
Meu pranto cobrir-te-á como um segredo.
E adormecerás ao som da melodia que te canto.
Quando chegares, aceitar-me-ás sem recusa.
E entregar-te-ás a mim.
Serei tua sombra veraneia,
Meu olhar consumir-te-á a alma
E serei a tua cadência
Tua decadência,
O teu fim.
Meu nome é Decessa.
By Moon_T
7 comentários:
Olá!
Muito bom este texto.
Parabéns!
Muito bom mesmo..é assim..digamos..excitante.;)
Decessa...
(...aquela que se [evola] nos pensamentos da minha solidão no ébrio dos sentidos infigurados daquela dor sofrida na embriaguez do Amor não declarado!! Seco, mas envolvente na conquista da alma que suspira por ti...e que se deixa morrer lentamente no eco silenciado da tua malvadez...Decessa...do "libido" que cai gota a gota nas madrugadas que passo sem ti...Por ti Gritarei...Vem buscar-me, e transforma-me na priviligeada dessa passagem para outro " Mundo"! )
Muito bem desenvolvido este teu post numa mistura de " erotismo amoroso da morte" ), digamos mesmo:Exclente.
:)
Amor e morte...Mors e Amor...lembrou-me um poema antigo e velhinho de Quental:
.
Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,
.
Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?
.
Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,
.
Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a Morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"
Conheces?!
Contudo, o erotismo que despe o corpo e até a alma convida o mergulho no obscuro dessa que nos convida e desse que nos impulsiona...é profundamente cativante este teu poema...e esta música que aqui deixas.
Diary of Dreams? Que álbum se for? Se é que me permites a pergunta!!!
...uma viagem pelo erotismo dos sentidos...pedri-me pelas ruelas dos sentimentos!
gostei imenso
beijos
Vim no rasto do cognac....
E depois fico agradávelmente surpreendida.
Este texto está excelente e excitante.
Parabéns!
Beijos
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