quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Maldita forma que mato e morro









Morro aos poucos por cada vez que contrarío o ensurdecedor silencio que apoquenta.
Não obstante, escrevo com meu próprio vernáculo para quem ousar,ou não, entender.


Impossível resistir aos sentidos tatuados na alma e na memória. Esses sim que me envelhecem e fazem sombras nos becos dos dias de hoje...sombras que ensinam os caminhos

E por mais que tente esquecer ou deixar de sentir, hão de sempre emergir a cada centímetro de carne que envelhece.
E sinto...e quero sentir, quer doa ou não, pois é por gosto e vontade que sou quem sou e aqui estou...vivo.





Maldito o sentir
Malditos os sentimentos
Maldito o silencio
e Maldito amar
que por quanto mais sinto mais mato e morro.










By Moon_T






sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Trago-te na sombra

Consome-me outro cigarro ao passar este momento

Chora-me a garganta pela saudade do veneno que escorreu à pouco.
Ouve-se o silencio que não se sente
Sentem-se sorrisos mudos na pele.

Aquece o abraço escondido por baixo dos lençóis
E ouvem-se as palavras que nunca foram ditas.
Enrolam-se as silhuetas na parede à luz ténue do fraco candeeiro
Dois corpos numa só sombra tão distante.

As promessas fantasma cobertas de lágrimas
Escondem-se no cofre sem chave ou cadeado.
Soltam-se as pontas dos dedos em busca do calor
Da chama que teme morrer nos dias de inverno
Embrulha-se a alma no regaço
E trago-te oculta na minha sombra.



By Moon_T






terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Casa vazia







Ecoam os silêncios na casa vazia

Segredam as madeiras às paredes

Choram os tectos

Espiam as janelas

Numa casa cheia de nada.



A distancia das cadeiras é um toque

Tão perto...



O fumo do cigarro mal fumado vagueia pela casa.

Divide o toque que de tão perto não se dá.

Estendem-se os lençóis na dormência desta divisão.

Revolta a promessa que não quebra

E a ânsia alimenta a simbiose da dor e da paixão.











By Moon_T


quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Um dia de Inverno






As musicas da radio reavivam o cheiro adormecido nos poros.



Arde o silencio neste dia de inverno.



Corto o mutismo com a melodia



e enquanto se me gelam as mãos



envoltam-me os contornos vivos na memoria



que me vão aquecer amanha.







Fecham-se-me os olhos e continuo a ver ...













By Moon_T





segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Acalmo-me no teu olhar…






O barulho da respiração torna-se imenso. Tudo em redor parece mover-se em câmara lenta.


Começam as comichões novamente...


Cerram-se os punhos. Os músculos convulsionam cada vez com mais força.


Abrem-se os poros que libertam pequenas gotículas de suor que insiste em não escorrer. Cola-se a roupa ao corpo.


À medida que olho em redor, os dedos passam pelo cabelo num gesto involuntário. Um despentear constante.
Passa a mão pelo pescoço...


Os espaços estão cada vez mais pequenos.


As tentativas falhadas de acender o cigarro pendurado nos lábios só pioram o estado de desassossego que insiste permanecer no peito. A pedra gasta do isqueiro solta faíscas minúsculas que se reflectem num olhar cada vez mais perdido no escuro.


Num caos de vidros partidos, de luzes intermitentes e gritos, sobrepõe-se um zumbido constante na cabeça. Sem alternâncias de tom. Mexem-se as bocas mas nada se ouve. Nem os passos corridos que sobem os degraus e pisam os estilhaços espalhados pelo chão.


Temo a historia a repetir-se…uma historia que está tão bem adormecida... rangem os ossos no fervilhar do sangue nas veias.


Começa a baixar um pano de estrelas sobre a visão novamente…



[Respira…]



Viro-me na busca dos teus olhos. Anseio encontra-los virados para os meus.


Os dedos que escorregam pelo braço e se acomodam na palma da minha mão suada conseguem acalmar a insanidade voraz que faz questão de não ser esquecida.


Acalmo-me no teu olhar…



Acende-me o cigarro.













By Moon_T

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Mudam as estações




Encurtam os dias e as noites prolongam-se pelas vielas.
O assobio dos ventos dobra as esquinas e bate nas janelas.
Abraça-se a ventania aos casacos que abanam as caudas no álgido rasto da passagem.
Passam nos rostos cabisbaixos de lábios estalados, monólogos perdidos nas fímbrias da trivialidade.
Contam-se histórias nos cabelos molhados que brilham na escuridão que veste as ruas.
Mudam as estações…
As janelas gastas pelo tempo separam os ecos vagabundos que se perdem nas sombras passageiras das nuvens.
Despem-se as árvores dos jardins vermelhos enquanto se vestem as estrelas num imenso véu de prata, avivando o reflexo dos charcos que cobrem os passeios.

Tudo se vê desta torre de betão.
Vêem-se as danças dos guarda-chuvas, os espasmos das poças no caminho. Os movimentos banais das figuras absortas nas suas próprias vidas. Notam-se os arrepios na pele causados pelo rugido longínquo do relâmpago arrastado pela brisa gelada.
Mudam as estações…
Cá dentro, acendem-se as velas que troçam as investidas dos loucos lá fora.
Guarda-se incólume a própria demência…
Escorrem as gotas que se agarram aos vidros e invejam a manifestação da verve e paixão que se dá no aninhar dos corpos.
Embrulham-se os corpos em mantas de pelo.
Amornam os pés húmidos contra a pele.
Acende-se a lareira no olhar.
Aquece o beijo nos lábios.
Mudam as estações…



By Moon_T


Disposition

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Réplica







andam à solta
pelas ruas de cetim
replicas sem dono nem origem.
perdem-se na tenacidade de uma dor comum
sem original.

nesta concupiscencia voraz ...

...sou meu original,
e sou uma replica de mim.


By Moon_T






...







And ...




terça-feira, 11 de novembro de 2008

Sede Crescente








Levantam-se os lençóis de madrugada
Abraça a ausência
Sacia-se a sede do cheiro
Adormece na concupiscência do vício.

Mantém-se a sede
Uma sede crescente…



By Moon_T

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Parabéns




Acabo de por a mesa. Repleta de cores e doces à vista. Os raios de sol passeiam-se pela sala iluminando a mesa como um altar. Sem pratos nem copos e poucas garrafas, alguns doces e no centro o bolo de aniversário.
A porta está trancada pois não há convidados a chegarem. Para quê convidar alguém quando ninguém se lembra? Desnecessário...
Incendeio mais um cigarro e bebo um copo de licor. Olho em redor e sinto o silêncio pairar pela sala. A solidão já não se abate aqui. Só a saudade se mantém.
O relógio de parede bate as horas e o pêndulo aponta para a garrafa de champagne que está bem ao meio da mesa.
Acendo a única vela do bolo, fosforescente, daquelas que fazem barulho e parecem fogo-de-artifício. E canto alto e bom som:

Parabéns a você
Nesta data querida!
E basta.

Já o álcool me subiu à razão. Os movimentos são lentos e desajeitados, a vista está turva e as ideias embriagadas.
Pego na única prenda que lhe comprei; um ramo de flores… que cliché… odeio clichés!
Tendo disfarçar o cambalear até ao carro, abro a porta e sento-me. Dou o último gole no copo de licor e pouso a garrafa de champagne ao lado do bouquet no banco do passageiro.
Nem cinto de segurança ponho. Para que? Na pior das hipóteses vão-me multar… e então?
Ponho-me em marcha. A luz encandeia-me e o tracejado do asfalto parece fugir do meu caminho. Mantenho o carro na estrada o melhor que consigo. O trajecto é curto.
Viagem terminada, estaciono o carro atravessado em frente ao portão. Pego no bouquet e na garrafa, cambaleio disfarçadamente de sorriso nos lábios e sento-me na pedra.

O estrondo da rolha a saltar assusta os pássaros que levantam voo parecendo uma frota de aviões numa prova de perícia aérea. Escorre a espuma pelas mãos e levo a garrafa à boca bebendo de golada o tão doce champagne. Estendo o braço como que a perguntar se era servido mas sem resposta. Bebi meia garrafa e pousei-a na campa fria diante da foto gasta do tempo. E a sorrir embriagado penso em voz alta:

Parabens

Até breve…



By Moon_T

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Mimica






No ensejo articulam palavras sem som
Abstractos movimentos gesticulados num átrio vazio.

… Gritos mudos abafados pela rouquidão do silêncio…

Caras pintadas em disléxicas manifestações vestidas de um qualquer vernáculo aliegena
Que se perdem nos improfícuos labirintos de um dialecto que nunca viveu.

Palavras …que não passam de filmes mudos para uma plateia cega…

Perdem-se na mímica tradução do sentimento.





By Moon_T

domingo, 2 de novembro de 2008

De noite





De noite

Envolvo o corpo com camadas de tecidos

Abrigo do frio que me enlaça.


Álgida silhueta solitária

Do gelo que me morde os ossos

Chora-se-me a pele

Com a sede de se vestir

De ti.





By Moon_T

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

P.O.E.




Escurecem os dias

Prevalece a inércia mental dos ditos iluminados.

Perdem-se os sermões em monólogos circulares que se movem em espirais decadentes.

Ouvem-se ao largo os oradores com discursos eruditos que não passam de vendedores da mentira. Mentes dementes de pensamentos corruptos envolvidos por um qualquer capital fantasma.

Epifanias sistemáticas que não passam de fraudes regurgitadas por falsos profetas com o único intuito de iludir as mentes preguiçosas que cederam à corrupção capitalista diária a optar pelo mal menor. Plutocratas vazios de ideias sem ideais.

Hipocrisia cega que conspurca a sanidade mental dos santos.

Urge o grito da revolta!

Muito mais que um simples cartão branco… que acordem os adormecidos ou de uma vez por todas deixem morrer em paz.







By Moon_T

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Rasgaram-se-me as páginas





As folhas gastas da sebenta já se esqueceram do gosto da saliva que outrora morou nos seus cantos. Foge a tinta para a lombada com o pingo mordaz perdido por entre as páginas.

Bailam as letras perdidas ao som do rasgar das folhas desgarradas.

Libertam-se as páginas antigas cobertas agora de um amarelo cansado.


Na escrivaninha, mantêm-se as manchas do copo meio vazio, companheiro das noites solitárias.
Solta-se a cera da vela incandescente.

Pela luz ténue sobressai o fumo suspenso da morte de um cigarro.

Jaz agora o caderno vazio das escritas decrépitas, com folhas virgens.

Rasgaram-se-me as páginas manuscritas entregues ao pó.

Dimana assim uma nova caligrafia.




By Moon_T

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Dias que ensinam







Há dias em que tudo que se diz é incorrecto
Há dias em que todo o pensamento deve ser silêncio
Dias em que o abraço sufoca
Dias em que o beijo é ácido
em que lógica treme
que lágrima corrói
...

Há dias que tudo o que se faz parece errado
dias em que nada que se diz sai bem
em que a respiração dói
que não se devia sentir
...

Nesses dias sentimo-nos vivos.
Nesses dias olho em frente
e afirmo quem sou
eu!


Aprende-se a viver.
Haja quem ensine,
Haja vontade,
Haja...







By Moon_T

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fantasmas atravessam o corpo




Fantasmas atravessam o corpo como punhais.

Gritam ao ouvido em sussurros sobrepostos, vozes desconhecidas, mensagens atrozes e pervertidas.

Revolto os lençóis. Afundo a cabeça na almofada, pressiono o rosto no colchão numa tentativa falhada de acalmar as imagens que me assaltam a mente.

Perdido no escuro de um quarto em que as sombras se dobram sobre mim. As paredes encolhem e sugam o pouco ar que falta.

As gotas de suor escorrem nas costas nuas e a cara húmida ensopa a almofada…

Do nada… cai uma mão suave. Escorrega pelas costas e me afaga o cabelo.

Cola-se o peito ao meu. O toque dos lábios na minha pele abre caminho para o cheiro do cabelo que me acalma o suspiro.

Acalmam-se as sombras e calam-se as vozes por instantes.

Abro os olhos na escuridão e sinto … apenas sinto.



By Moon_T

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Obrigado Fado





Deslizaram os sons naquela noite.

Um fado perdido por entre os abraços reencontrados e o brilho dos sorrisos embebidos inundou a sala.

Os turistas absortos ao que se passava mesmo ao lado, perdidos num conto de reticências, refugiaram-se na fértil ignorância das suas próprias gargalhadas. Inevitavelmente desapareceram.

Soltaram-se palavras do peito e os copos secaram as lágrimas que todos, sem excepção, tinham a derramar.

Naquela mesa rasteira formou-se um eixo onde se cruzaram todas as linhas desencontradas. Por momentos, aqueceu-se o presente.

Afirmou-se a vida como ela é... a nossa estranha forma de vida.

Reavivaram-se as decrépitas discussões que nunca terão fim. Renasceram outras por entre os dedos levantados e alternâncias de voz.

Perderam-se as horas nos cubos de gelo e copos curtos sem feitio.

Relembraram-se as vozes que cantaram e as musicas que perderam as letras.

Num brinde perdido na distância das vozes ofereci o meu nome e numa estranha forma de viver, através de um fino vidro, vozes sumidas e longínquas sussurraram: “ amigo...”

Calou-se o piano e pelas ruas amanhecidas perdemo-nos na vereda…
…Foi na antagonia daquele fado que se encontrou o caminho até um sítio que já posso chamar “Casa”.


Agradeço ao Fado por esta noite.














By Moon_T







segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Insonia









Altas horas da madrugada e continuo sem sono.

Deitado numa cama a escaldar, volto e revolto em posições que mais parecem resultar de uma queda abismal.
Trocam-se os membros, braços esticados, pernas encolhidas, pescoço virado...
Desvio os lençóis mas a temperatura continua a aumentar.

Oiço ao longe um zumbido de uma lâmpada apagada. o respirar das paredes à minha volta.
O tique-taque do relógio avariado que insiste em contar os segundos sem ditar as horas e esquecendo-se dos minutos.

tique-taque...

...tique-taque...

O ponteiro que bate cada vez mais alto impede-me de dormir.

Forço as pálpebras a fecharem e desvendam um caleidoscópio bicolor... as formas que deslizam em círculos preto e branco encandeiam os olhos já fechados.

a cada tique o calor aperta... A cada taque sinto a demência a invadir-me.

tique-taque...



Enterro a cabeça na almofada na tentativa inane de abafar as vozes de defuntos já enterrados que insistem em assombrar as noites silenciosas.



O meu próprio batimento cardíaco torna-se incomodativo num sonoro ritmo bem dentro do ouvido.

Sinto uma ligeira pressão no alto da cabeça que cresce em direcção à nuca... Passo a mão pelo rosto para afastar as impressões que se alojam na face.

Colam-se as pernas aos lençóis.

Fustigam-se nos meus ombros os murmúrios cáusticos das mentes indigentes que jurei não ouvir.


Agradeço ao maldito relógio, que não pára de contar os mesmos segundos repetidamente, no abafo dos sussurros.

tique-taque...tique taque...

Fecho-me no quarto de luz onde apenas passam os feixes de breu pelos estores estragados. As paredes brancas, sem sombras, apaziguam a alma.

Retiro-me mais uma vez para o caleidoscópio "dicromático".

Abstraio-me destes fantasmas que me rodeiam e concentro-me numa gargalhada sincera que hoje me fez sorrir.

Inspiro o cheiro que me invadiu a pele.

No sorriso, sinto a sombra do toque…

Adopto a posição fetal, agarro o sorriso e adormeço.

Finalmente


By Moon_T

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Se o sofá falasse....



Perante umas merecidas férias, sento-me no confortável sofá no meio da sala. Perco-me nas letras e em pensamentos. Historias correm pelo fumo do tabaco que paira no ar, misturado com a essencia de sandalo.



"Se o sofá falasse..."





[clickar na frase]






Sofá II











Sentada na poltrona ao meu lado, envolvida nos próprios pensamentos, está ela. Iluminada por uma luz sumida amarelada. A sua silhueta na parede parece um quadro de formas sensuais, contornos subtis de uma voluptuosidade sem cor.
Ausente de um olhar que, aos poucos, a vai despindo peça a peça.
Serena perante as cores que a envolvem.
Acende mais um cigarro… num movimento calmo e silencioso que atrai o olhar.
Sobressaem os lábios húmidos e sensuais.
No sofá, de onde não a alcanço, passo-lhe a mão pelo cabelo, descobrindo um olhar profundo. Deslizam os dedos pela face deixando um suave toque por trás da orelha, ao encontrar o caminho até ao sinal que esconde no pescoço.
Foge do decote um suave aroma de perfume que me invade os sentidos e fecho os olhos.
Ao juntar os lábios e entrelaçar as línguas, escorregam as mãos pelas curvas até as ancas onde sorrateiramente invadem e arrastam a camisola acariciando a pele morna.
Caem os braços no meu torso e puxam colando pele com pele.
Ainda o cigarro não se tinha fumado sozinho, já os corpos quentes se encontravam enrolados um no outro em movimentos friccionais que aqueciam o próprio ambiente.
Brilha o trilho de saliva que descia do pescoço ao ventre, deixando vastos labirintos por entre os seios, perdendo-se na erecção dos mamilos.
O umbigo convulsionava em harmonia com serpentear das ancas à medida que as mãos aqueciam o interior das coxas e a língua sugava os sentidos por entre as pernas.
Servindo a parede de alicerce e os corpos de ponte, na austera penetração soam gemidos mudos de prazer…
Desencontram-se os corpos em convulsões contrastadas cada vez mais agressivas e aceleradas… curvam-se as costas descobrindo novos ângulos… ecoa o som da mão na nádega, colam-se os dedos às ancas…
O cheiro de caramelo queimado encontra o caminho para as narinas, extingue-se a ponta do cigarro enterrado na cinza dos já apagados.
Abro os olhos e mantenho-me inerte no sofá, a olhar para ela… linda, sem se aperceber de como um simples gesto inato é capaz de despertar a faísca em mim.
Sorrio ao olhar de novo para ela. Enquanto me devolve o sorriso recosto-me neste sofá … e acendo agora o meu cigarro.



By Moon_T

Also...

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