domingo, 27 de julho de 2008

Crónicas de Pecados - Ira

AVISO:

Cronica algo violenta e ,como tal, não aconselhada a pessoas sensíveis














Ira?



Ira não é uma sombra do que passa pela cabeça neste preciso momento. Não se compara com a raiva, com o ódio que corre no corpo.

Sinto-me a aquecer, tão quente que quase expludo.


A única coisa que me passa pela cabeça é destruição, morte, tortura e tudo de pior que um humano possa fazer. Criar dor, escorrer sangue, o total desmembramento lento para uma morte sofrida depositado num ser que não merece sequer o ar que respira.


Varias imagens de homicídio, sangue a escorrer, gritos de dor e pedidos de clemência, risos infernais e o som dos ossos a partirem e da pele a rasgar.


Infligir dor apenas o suficiente para que se mantenha consciente do que se passa em redor. Quebrar-lhe todos os ossos um a um, arrancar as unhas a sangue frio, partir falange a falange, dedo a dedo, um braço a seguir ao outro. Depois as pernas, os pés e retorcer os joelhos a noventa graus, muito lentamente, só para que sinta todos os segundos de dor. As articulações a cederem, os ossos a perfurar o nervo e a romper pela pele até que fiquem à vista no exterior.


De seguida, com uma lâmina pouco afiada, traçar longos e profundos cortes nas costelas apenas para que a lamina raspe no osso.


E deixar saborear a dor…

Com um ferro em brasa parar as hemorragias, só para que continue a dor.


Arrancar o escalpe lentamente e deixar que o sangue escorra e inunde os olhos de vermelho, misturando-se com as lágrimas que escorrem do rosto. Misturar o sangue, as lágrimas e o ranho e, de mãos nuas, espalhar bem aquela mistura pela cara. Com tanta força quanto a suficiente para lhe partir o nariz e forçar os lábios contra os dentes só para que se rasguem. Arrancar lentamente todos os dentes e depois disso deslocar-lhe o maxilar deixando a língua pendurada.



Apoiado de quatro, de joelhos e cabeça no chão, pegar num cabo de vassoura e romper o anus até às entranhas e deixar escorrer o sangue espesso pelo escroto.



E quando estiver já com o corpo completamente fodido… aí sim, com um taco de madeira do mais robusto que houver, esmagar o crânio até que os miolos saltem e espirrem uma obra abstracta pelas paredes e janelas que rodeiem. E deixar o corpo apodrecer ao sol!







Isto Ira?

Que seja! Que seja eu pecador, mas como o “defunto” também não sou perfeito. Ele que morra!









(Dedicado com todo o carinho e respeito que o energúmeno que me suscita estas sensações merece)








By: Moon_T




8 comentários:

Anônimo disse...

Fatidicamente muitas pessoas parecem desejar alcançar níveis de sentimentos e estados de espírito de virtuosidade extraordinária, reprimindo a antidemanda do abismo por diversas razões, sendo a mais inútil, a ocultação moral de sentimentos triviais de ira, ódio, fúria, indignação, raiva, entre outros. Não há nenhum mal tecer textos como o teu, impetuosos, bárbaros e sanguinários pois, a desgraça situa-se em viver no reino da fantasia que somos todos “bonzinhos”, na normalidade de não sentir o negativo, o contrário nos moldes de uma consciência segura.

Parabéns pela coragem do texto, pela ruína humana sob o espírito de Isidore Ducasse… Já agora, who’s the bastard?

Como me acusas de não te ler, aqui fica uma contemplação de William Blake para os vossos olhos: “ Se as portas da percepção fossem limpas, tudo apareceria ao homem como é: infinito. Porque o homem se encerrou a si próprio, até ver todas as coisas através de estreitas fendas da sua caverna”.

Até outras paragens...

impulsos disse...

Olha, pode até ser um pouco violento este post, mas de alguma forma me atraiu e me convidou a ler até ao fim...
há razões que aprópria razão desconhece

Beijo

Op.Louca disse...

Ira…
Aquele ódio, raiva, que tanto me seduz, que tanta sede me faz, aquele sabor de vingança que sinto correr nas veias, que me faz palpitar todo o rancor que me corrói das profundezas que dominam o sentimento primitivo e me deixam inconsciente, ahhhhhhhhhhhhh Ira!!! Volta p’ra mim, que já me rasgo, me corto, me esperneio com vontade de…

Pois é!!! Dou-te os meus Parabéns mais uma vez, por tão Exclente post

Azul disse...

Brutal!
Extremamente bem escrito.


Parabéns!

Beijo,
Azul

PS: Já faz tempo que estás na minha lista :)
Obrigada pelas tuas passagens e palavras no canto meu.

Anônimo disse...

Coloco aqui o meu comentário não porque este tenha sido o teu texto que mais gostei, longe disso.Talvez pela intensidade, pela crueza tão realista,não cairia na hipocrisia de dizer que nunca me senti irada, simplesmente cheguei á conclusão que iras e ódios me desgastam mais a mim que aos outros e como quero vê-los morrer antes de mim poupo-me.Bbe amigo.

Vitória disse...

Bem....

Olha nem sei que te dizer.
Este texto incomoda, se calhar o objectivo é esse.

Já senti ira sim, com essa intensidade não até porque nunca tive motivos para tal.

Está um texto muito bem escrito apesar de tão "cru".

Beijo

Som do Silêncio disse...

Tremendamente brutal, mas atrevo-me a dizer que de tão bem escrito que está, está fantástico!
Parabéns para coragem deste post!

Beijo,
SOM

Shadow disse...

Fanástico!

Bjs,
Shadow

Also...

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