domingo, 18 de maio de 2008
Confissao
Fui eu quem o matou.
Já passou tanto tempo que nem me lembro a data certa.
Convidei-o a minha casa, o que ele aceitou.
Após uma curta conversa, pois na verdade, pouco havia a dizer,
senti um formigueiro na barriga e assentei as minhas mãos no seu pescoço.
O certo é que pouco reagiu...
Apertando com força o seu pescoço, nao conseguia pensar em nada
Sentia-o a tentar respirar... o ar a ficar retido na garganta
O pulsar do coração...
Fazia tanta força que sentia os meus musculos a arder...
Apertei-lhe bem a traqueia...
Reparei nas micro hemorrogias nos seus olhos, como que quase chorasse lagrimas de sangue.
Aos poucos foi se instalando a calmaria...
Mesmo depois de estar o corpo já sem reacção, ainda mantive as minhas mãos no seu pescoço por uns instantes.
Nem sei quanto tempo... só sei q quando finalmente levantei as mãos, nem as sentia.
Doiam-me os braços.
Pingos de suor frio escorriam-me pelas costas.
Levantei-me e observei o corpo estendido no chão...sem vida... Com um estranho sorriso e a olhar para o vazio...
"Que fiz eu?..."
Arrastei-o para as traseiras onde o enterrei.
Ainda hoje me perguntam por ele. Ao que respondo que nao sei com toda a naturalidade possivel.
Sabendo ... que fui eu que o matei.
Limpei toda a divisão, lavei e arrumei. E tranquei a porta. Raramente lá vou.
Mas ainda hoje quando lá tenho de ir , vejo o corpo ali estendido...
Sinto o cheiro putrido da morte que lá se instalou. e sei que lá está o fantasma ao canto.
Fui eu que o Matei.
Por isso deixo aqui a minha confissao, não vejo para quê manter mais este segredo.
Venha quem vier, eu confesso e aceito as repercussões.
Ele nao fugiu, nao desapareceu, nada disso,
Fui eu q o Matei!
o seu corpo jaz nas traseiras de minha casa onde agora nasceu uma roseira... irónico...
Matei-o e sei o que fiz...confesso.
O seu corpo está enterrado, preservo-lhe o olhar na mente...
Mas guardo-lhe a alma no meu bolso.
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3 comentários:
Cometeste um crime... Talvez o maior de todos... Roubaste a alma de um poeta ... Ao largo da sua sepultura cresce uma roseira... os espinhos da vida ... sempre que lhes tocares é o teu sangue que será derramado... Algo para te lembrar sempre da sua existência... aquela que um dia tu tentaste apagar... mas os vestígios ficam para sempre ... nem que seja no perfume de uma rosa...
( brutal eggys )
Fantástico, o que mais gosto no texto é a sensação de realidade, a expressão de loucura, o grito de entendimento.
O momento!!!
Só o momento!!!
De quem é o corpo, o fantasma, a alma, o bolso, carregas uma noite por anos de se repetir.
Um grande abraço
( Flammis Acribus Adicts )
Existem seres com sentimentos escuros…
São o que chamo de almas perdidas na escuridão da noite…
Almas com melancolia, que vagueiam, pela noite sombria…
Em busca de algo, de uma alegria ilusória…
Invadidos pela destruição de seus sonhos…
Que acabam por se tornar desilusões!!
Tentam encerrar feridas;
Anunciando a aberração do seu interior..
Denunciam a sua solidão, com gritos, que não se escutam!!!
Fervilham em labaredas da tristeza de serem seres amaldiçoados!
Bebem dum cálice banhado em seu próprio sangue, para poderem navegar,
Nas suas profundezas!!!
Lançam olhares de tristeza; e despedaçam-se em saudades, de pensamentos obscuros.
Permanecem pálidos, embarcando em seus mistérios …não podem mais adiar o inevitável; são como fantasmas, trajando-se sempre de “ Luto”!
São como um fruto estranho, dum Mundo “ Feliz”, que não existe!!
Dentro deles uiva um vendaval de perguntas, onde encontram respostas reduzidas!
Fechem-se nesse mundo insuportável e suportam a dor que os devora!
Rasgam pela noite fora, perdidos…
Procuram encher a alma vazia, para poderem cuspir o amargo sabor da Maldição!
São fantasmas que choram, e derramam as suas lágrimas, como o denunciar de uma “ vida” deserta naquela solidão.
Quebram a evasão, ao rasgarem a noite adormecida, por aquela neblina envolvida…
Depois de uma viagem amarga e prolongada….sentem as lágrimas sufocarem-lhes a fala, onde o assombroso mundo os cala!!!!!!!!!!!!
Não suportam a ideia de existirem, mas estão condenados pelo crime de estarem vivos;
Condenam-se por tentarem refazer sonhos já gastos de tanto sonhados!
Atingidos por tal negrume,onde o absurdo não tem princípio, não tem fim……sentem-se
Predadores á caça de almas imprudentes….sao almas condenadas a serem queimadas
Num fogo Infernal!
( Beijinho... )
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