quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sinto a tua ausencia


Hoje sinto mais a tua ausência.
As últimas despedidas soaram exactamente a isso: despedidas…
Hoje não te ouvi


Sonho acordado
Com a tua imagem,
Sonho contigo
Feliz por te encontrar

Acordo nas despedidas,
Apertam-me a garganta
Secam-me o peito
Sufocam-me
Tornam-me oco
Matam-me

Oiço a tua voz
Existes
E não me esqueço


Cedo aos sacrifícios que por ti não são nada
Relembro momentos incomparáveis, sem preço…
Inalo teu cheiro, teu sorriso…
Serve-me a baunilha do teu corpo.

By: Moon_T



boomp3.com

terça-feira, 10 de junho de 2008

Um só gomo de uma laranja





No centro da mesa encontra-se uma taça

Um vasto banquete de frutas e cor

Partículas de nada bailam em redor desse festim.

Os tons dourados inundam este cenário

E faz-se poesia.


Sobressai a tua silhueta pelos feixes de luz

Como se de um halo se tratasse…

Essa aureola dourada que te envolve, acentua

sem duvida,

a tua lascividade…


Vestida sombras de luz

Em contra-luz

dourada.


Misturam-se os odores:

Frutas da época… vivas e maduras

O cheiro da chuva que deixou a sua marca em tudo

O aroma de um dia dourado depois das nuvens fugirem

E a tua fragrância…única.


Indefinida… despes a laranja

Que acrescenta mais partículas à contra luz

E enriquece todo o ar que se respira

Tudo tão simples, tão lento, tão belo…


Seu sumo escorre-te pelas mãos,

Ácido e doce…


Nesta tertúlia de cor, luz e odores

O silêncio remete-se aos gemidos das frutas da taça

Que se fundem com o respirar.


Sobressai uma gota do mel que a laranja chorou

Que te foge dos lábios e procura o seu caminho pelo pescoço

Descendo pelas imperfeições da tua tez tão perfeita

Evade-se para os vales do teu deserto…

É um convite…irrecusável.


Pelo canto do olho a taça mantém-se ao centro da mesa

Cheia…

E ainda só vamos no primeiro gomo de uma só laranja…



By: Moon_T

Lês?




Rompe-se o silêncio com o som do isqueiro

Chama que se consome…

A página branca por escrever…

Das mãos trémulas saem caligrafias ocas

e gritos mudos e palavras roucas…

Lês?

Embora as roupas estejam aos pés da cama

E a máscara pendurada no roupeiro, desarmado…

Embora pegadas de luz tatuem o chão pelas brechas das persianas

Será dia?

Lês?

Não penses que vês através das frases

Não conheces, não reconheces, não olhas, nada vês…

Estas confissões… Intermitências da alma

Nuas, expostas em tristes interlúdios

Compostos em crepúsculos funestos.

Lês?

Sentes a repulsa instalada a profanar pensamentos?

Sofres o cenário Dantesco que invade as veias e envenena o sangue?

Palavras nunca poderão traduzir sentimentos!

Tu que me lês…


By: Moon_T





No Last Surprise - The Durutti Column

domingo, 8 de junho de 2008

Procuro






Procuro-te na noite onde me perco,

Escondido por entre as sombras noctívagas

que me cobrem o corpo.


Procuro-te nas esquinas e becos do meu caminho

Sem nunca te encontrar.

Procuro-me em ti .


Quero te possuir a alma pelo corpo…

Sente-me em ti na ausência do meu toque.


Procuro no vazio intemporal o teu sabor

Tenho sede da tua saliva

Fome do teu toque

Apetite voraz do teu tépido sangue

Que te corre nas veias

Suavemente…


Aceleras-me…

Perco-me no teu toque

Perco-me nos contornos

Na silhueta que me abraça

Afundo-me no teu calor

Cedo ao desejo de te morder

Rasga-se a pele

e o silencio.



By: Moon_T

terça-feira, 3 de junho de 2008

Sopro





Receio
a angustia de sentir o corpo frio
receio a ausencia do teu toque que tanto me aqueceu
Outrora...

Relembro com sorrisos embriagados nos labios
as noites que passámos e guardo-as como se tivessem sido reais.
Devoro este prazer moral de memórias inexistentes
Como se fosse real.

Perco-me nestas lembranças
recordo o teu gosto, o teu cheiro, o teu toque.
A tua pele tépida a escorregar na minha...
O cheiro dos teus cabelos a entrar me no corpo
As nossas fragrancias a misturarem-se numa só
Nada mais existe
Sinto-te ...

Neste suspiro sofrego, sinto a tua entrega incondicional
Levas-me a viajar nos teus murmurios... e levas-me...

É neste prazer sensual que nos encontramos novamente.

Movimentos lentos ao ritmo de nada mais que os nossos corpos
Entro em ti sem remorsos... Viajo-te...

Neste caminho nao estou só,
viajamos lado a lado nesta viajem voluptuosa...
Deixamo-nos ir neste caminho de deleite carnal
e deixamo-nos engolir pelo prazer sensual do momento...
...tão bom...

Ao amanhecer
o Sol bate-me no ombro
acorda-me sem piedade e relembra-me de que é dia
a viagem acabou.
Sozinho novamente... receio.

Anseio,
na busca dos teus olhos
encontra-los virados para os meus...
Receio a ausência do teu toque que me aqueceu...
E aqui fico...inerte... gelado...
Jazo deitado no fundo do quarto, trespassado pelos raios de luz.
Espero que me des vida novamente
porque me dás realmente
vontade de viver.


by: Moon_T

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Nada





Rasgo o silêncio!

Profano esta quietação monótona

com um forte e longo grito mudo.

Aguardo que o eco me responda

-Prova-me que não estou só, peço-te.

Responde...


Nesta vacuidade insuportável

Nunca obtenho resposta…

Nada…


Deixo-me levar por esta paz deprimente

E não falo,

Mantenho-me estático a olhar para o vazio

Contemplo este nada que me invade

E deixo-me levar por esta intensa onda de Nada.


A revolta interior permanece…

Uma batalha perdida,

sem origem,

sem causa.

Sem motivo aparente, altero o meu ser

Em função do que não me rodeia

E deixo-me embalar por esta ausência.

Acendo mais um cigarro

E rejeito este pranto inaceitável que me acomete

Inalo e expiro esta morte,

Seco o copo de veneno,

Limpo as lágrimas do rosto… prossigo

E aceito a minha sorte.




By: Moon_T

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