quinta-feira, 7 de maio de 2009

Desapareço na demência



Pairam as vozes agudas e irritantes à minha volta. Violam-me o silêncio...
Os ecos consomem-me a sanidade. Sinto-a a esvair-se a cada segundo.
Fugiu-me o sono.
Sinto as veias dos olhos a arder. Sinto-as a latejar como se larvas estivessem a abrir caminho para chegar ao cérebro.
Borbulha-me o sangue nas veias, cáustico, ácido, azedo…

Entrei num estado de demência. Sei disso…

Enoja-me este mundo a que não pertenço. Repugna-me a hipocrisia e dá-me vómitos esta imbecilidade voluntária que insiste em prevalecer.
Recuso-me a acreditar que é geral. Que não há escapatória. Que não haja um sitio onde pertença.
Desvaneço aos poucos. Sinto-me a desaparecer na minha própria demência.
E cada vez mais quero desaparecer…

By Moon_T




NIN - March of the pigs

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